Logo que me acomodo no avião e reparo no garotinho de uns dois anos de idade com a sua mãe nas poltronas ao lado, sinto aquele inevitável instinto de “ah, também quero isso pra mim um dia”. Ele é tão adorável brincando com seu boneco de pelúcia do Garibaldo do Vila Sésamo!
Três horas depois da decolagem, eu já não o acho tão legal assim e ele também me parece ter ritmo e estilo de vida incompatíveis com os meus. O que também me faz pensar o quão conflituosa seria nossa relação quando ele fosse um adulto e eu um idoso.
Quatro horas após, deixo de ter qualquer simpatia e o abomino com todas as minhas forças por sua inquietação sem limites e barulho que não é abafado nem por meu mp3 player tocando Ramones no volume máximo.
Na quinta hora, quando ele finalmente dorme e eu já desisti disso,me sinto cativado novamente.
Deve ser sempre conflituosa a relação. Mas, mesmo assim, acho que quero ser pai um dia.
2 comentários:
ô, rapaz. :)
Experimenta um garoto algum dia. Pode ser em segredo. Prometo diversão!
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