terça-feira, fevereiro 19, 2008

Toma um cóccix!

Não aceito que cóccix seja nome de uma parte de nosso corpo. Sim, aquele ossinho no final da coluna vertebral, também conhecido pelos populares como mucumbu (aí, sim, nome apropriado).
Cóccix é palavra esquisita demais. Pra mim, deveria ser nome de remédio. Antiinflamatório. Daqueles para dor braba, em casos extremos, quando o dorflex não resolve de jeito nenhum. Eu confiaria num remédio com esse nome. Parece moderno e eficiente.

Consigo imaginar perfeitamente a situação:
- Mulher, pra tu ter idéia, a dor só passou depois que eu tomei um cóccix.
- Afe, devia tá doendo muito mesmo. Só tomo cóccix quando não estou agüentando mesmo.

Não é crível?

Cóccix seria remédio receitado. E bastante caro, não é para qualquer um.
- Ih, tô com uma dor danada! Me dá um cóccix, por favor!?
- Nunca, só tenho unzinho, nunca se sabe quando vou precisar de verdade dele.

Ninguém dá o cóccix de graça.

*Aliás, alguém sabe como é o plural de cóccix? Tudo bem que provavelmente ninguém na vida precisou se referir a mais de um, como: “ai meu Deus, olha só que coisa mais lindas esses cóccixes(?)”. Afinal, a única oportunidade de tecer um comentário desse seria numa orgia ou coisa assim e não imagino pessoas preocupadas em falar do cóccix alheio numa hora dessas. Enfim, se alguém souber, fico grato.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Aos senhores passageiros

Não raro se escuta alguém dizer “nossa, viajei em fulano(a)”. Coisa comum, com a escassez de pessoas interessantes, você encontra alguém um pouquinho diferente e já viaja nela. Aí mora o perigo.

Pegue seu passaporte de relacionamentos e repare em quantas dessas viagens você já embarcou. Até pessoas menos viajadas têm uma boa quantidade de páginas carimbadas. A maioria de nós é nômade no campo afetivo, poucos são os que conseguem se fixar num lugar. Afinal, parece excitante a idéia de conhecer culturas novas, costumes diferentes, entrar em contato com novas línguas e coisas assim.

Mas pense. Quantas dessas maravilhosas viagens que prometiam um roteiro empolgante e exótico não se revelaram excursões mixurucas ou, pior, eram grandes roubadas? Daquelas que você encara um serviço de bordo ruim ou tem a bagagem extraviada.

Ainda assim, continuamos viajando, sempre com a mala em mãos.

Alguns destinos não valem nem a taxa de embarque. Desconfie daquelas promoções imperdíveis que aparecem nos finais de semana. Antes de viajar em alguém, procure referências de quem já conhece o local ou se informe com um agente de viagens experiente. Discuta bem o trajeto com o piloto Coração e com a comissária de bordo Razão.

Toda atenção no check-in e, aos que se aventurarem, boa viagem.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Que tem de bom no dia?

Acordar bem-humorado é uma anormalidade. Mesmo não achando lá muita graça em dormir, não entendo como alguém consegue sorrir após levantar da cama. Estou ficando rabugento já aos 23 anos. E, olhando direitinho no espelho agora de manhã, pareço não ter apenas 23. Tento amenizar as coisas dando um sorriso pro amigo de vidro, mas e vejo essas marcas ao redor dos olhos. Tchau sorriso. E, além do mais, estou ficando careca.

Ainda tenho a cara e os sinais da quarta-feira de cinzas: garganta inflamada, dor de cabeça e gastrite. Chá de paracetamol com mel, um buscopan e pastilha, fora os sucrilhos e torradinhas. Das mazelas, pelo menos a fome matinal passa.

Menos irritado, dou uma olhada no jornal. “Chineses rezam por proteção no Ano do Rato”. É, rezem bastante, porque um ano do RATO não pode ser coisa boa. Aliás, com os animais do zodíaco chinês fica mesmo complicado. Até anteontem era ano do porco e logo me vem a imagem do Babe, o porquinho atrapalhado. Calafrios ao lembrar da voz demoníaca daquele suíno. É, talvez o ano do rato seja menos mal.

Bem, vou escovar os dentes. Que eu fique enrugado, careca e rabugento. Mas banguela é uma barra. Nunca que vou dormir com uma dentadura boiando num copo de água na cabeceira.