sábado, junho 26, 2010

O tempo nunca dá tempo o bastante

Logo mais irei completar três anos de real inclusão no modelo mais típico de vida do nosso querido mundo capitalista. De segunda a sexta, tenho uma jornada de trabalho longa, almoço apressado e deslocamento para os empregos (trabalho em dois lugares). Gasto, habitualmente, mais de 12 horas do meu dia nesse processo.

Como compensação, recebo salário e assim posso comer e fazer todas as outras coisas necessárias para a sobrevivência, já que pra pagar as coisas é necessário dinheiro ou favores sexuais (embora, que eu me recorde, ninguém tenha me oferecido essa opção de pagamento, normalmente pedem em espécie ou no cartão).

Também sobram uns trocados para comprar coisas que me deixam feliz ou, ao menos, me fazem achar que estou feliz. Ontem mesmo comprei um moedor de pimenta no formato do R2-D2 e trouxe uma boa sensação.

Por outro lado, não me sobra muito tempo livre para viver propriamente. Esse imperfeito corpo exige descanso diário e leva umas sete ou oito horas do meu dia, porque custo muito a pegar no sono e normalmente acordo no meio da noite. No fim das contas, durmo umas seis horas por dia, mas sempre perco algum tempo no processo. Sempre me sinto cansado.

Acrescentem nessa rotina diária as coisas inevitáveis, como tomar banho, escovar dentes, se alimentar, tarefas domésticas etc.

Aí quando não tenho nenhuma obrigação e o tempo está totalmente à disposição, me ponho a pensar como aproveitá-lo. Quando finalmente decido o que fazer, já estou muito cansado e não há mais tempo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Boa. Identificação total.

Leonardo Xavier disse...

Eu acho que você traduziu a realidade com perfeição. E pior que algumas vezes eu tenho a impressão que a gente se esforça tanto para ter as coisas e algumas vezes não dá nem tempo de usufruir...