quarta-feira, janeiro 29, 2014

A única certeza além da morte é a incerteza sobre as mulheres

Uma amiga diz ser incapaz de gostar daquilo que ela não entende, incluindo aí coisas e pessoas. É um posicionamento compreensível mas que, ainda bem, não compactuo. Isso porque implicaria não gostar de muitas coisas e, consequentemente, não gostar de mulheres, que são pra mim a coisa mais enigmática do mundo.  

Sim, existem coisas impossíveis de apreciação pelo fato de serem incompreensíveis, como os filmes de Godard e parte significativa da produção de arte contemporânea.
Mulheres, por outro lado, são interessantes e divertidas, apesar de, em igual medida, serem capazes de me causar confusão mental e perda da dignidade.

Não gosto particularmente de desafios ou enigmas a serem solucionados, logo, não é a dificuldade de entender cabeça feminina o que me atrai. Gasto significativo tempo da minha vida tentando entender mulheres, sem sucesso.

Para efeito de comparação: hoje utilizei uma calculadora da revista Time que estimou em 86 dias o meu tempo gasto no Facebook desde 2009, considerando um modesto uso diário de 70 minutos.

Bem, estou com 29 anos e, desconsiderando as paixões dos tempos do colégio, digamos que eu tente entender mulheres desde minha adolescência, aos 14 ou 15 anos. Tenho certeza que, diariamente, gasto mais tempo da vida tentando entender mulheres do que navegando no Facebook. Quanto tempo se foi nisso? Uns dois ou três anos? Não duvido.

Não quero a resposta para as questões supostamente fundamentais; não importa de onde vim, quem sou ou para onde vou. Não tem utilidade. Quero coisas mais simples: entender a mulher-confusa-que-diz-que-quer-você-mas-acha-que-não-quer, aquela menina me chama pra sair mas sempre desmarca ou a guria charmosa que conheci no bar dia desses. 

Ao lado da morte, coloco como outra certeza da vida a impossibilidade de compreender a cabeça das mulheres. Estatisticamente, acredito ter mais chances de me tornar um milionário ou de viajar ao espaço.

Parece que gostar de mulher é como achar boa determinada música num idioma desconhecido. Você não sabe do que a letra trata mas mesmo assim consegue aproveitar. Mulheres fazem justamente isso, levam você a se mexer num ritmo diferente por uma razão completamente subjetiva.