sexta-feira, abril 10, 2009

Amor por um dia

A desconhecida chegou perto de mim perguntando se poderia colocar o carregador do celular dela na tomada que havia ao meu lado. E cerca uma hora depois disso eu estava perdidamente apaixonado por ela.

Jamais acreditei que esse tipo de história acontecesse de verdade e, menos ainda, que pudesse acontecer comigo, mas ontem vivi uma paixão de um dia.

Sem ter um lugar barato para dormir por mais um dia em NY, fui para o aeroporto JFK, procurar um voo com o máximo de escalas possíveis antes de chegar na Califórnia, o que resolveria meu problema de ter onde ficar durante a noite do dia 9. Cheguei logo cedo, de 10h30, e escolhi uma rota maluca cheia de conexões: Washington, Philadelphia e, por último, San Francisco. Mais de 20 horas para chegar ao meu destino e, assim, matar o tempo.

De 11h (meu primeiro voo só sairia de 21h45!), eis que chega a moça ruiva pedindo licença para plugar o carregador do celular na tomada próxima de mim. Svetlana, 21 anos, natural da Estônia, havia perdido o avião e estava decidindo o que fazer até o próximo voo.

E pouco tempo depois daquele papo quem-eu-sou-e-quem-é-você, estávamos plenamente íntimos, brincando um com o outro e falando sobre amores passados, sonhos etc. Entramos em comum acordo que deveríamos um dia viajar juntos para a Austrália e também para a Amazônia.

Passadas algumas horas, já estava morrendo de saudades dela. Aliás, confesso que sinto saudades e um aperto agora enquanto escrevo. Claro, ela teve de partir, assim como eu também partiria depois. E coração frágil como sou, fiquei choroso na despedida.

Combinamos de nos reencontrar daqui a três anos. Dia nove de abril, no terminal três do aeroporto JFK, às 15h. Espero que a veja antes disso. Ou não. Talvez a graça e a beleza de tudo isso seja essa saudade boa e a sensação de que algo assim não vai se repetir jamais.

Amei Svetlana nesse dia 9.