É a primeira vez em sete ou oito anos que passo tanto tempo solteiro. Já se vão uns seis meses desde o último relacionamento. Parece bem pouco tempo. Aliás, é, sim, pouco tempo. O problema é ter me tornado dependente disso; caso tão problemático quanto o de um viciado em crack.
E como junkie amoroso que me tornei, alimentei meu vício quase sempre de forma irresponsável. Experimentei todos os tipos que me apareceram, pela simples necessidade de estar entorpecido na maior parte do tempo:
- Teve aquela namorada que quase me matou por overdose de sentimento.
- A que eu experimentei achando que iria pirar, mas não deu barato algum.
- Aquelas duas ou três que foram, indiscutivelmente, bad trips.
- A alucinógena, que me fez ver e sentir coisas que, de fato, não existiam.
- E, claro, houve também quem me fizesse sentir verdadeiramente feliz e despreocupado.
Hoje, estou limpo, mas não posso falar “venci o vício”, como diz aquele suposto ex-viciado em crack que vem me vender canetas com mensagens evangélicas no ônibus. Porque ainda tenho súbitas crises de abstinência afetiva. E nessas horas me pergunto se realmente quero ficar longe disso. Talvez seja apenas uma questão de escolher melhor quem vai me fazer chapar.
6 comentários:
acordo todo dia nestes quase cinco meses de solteirice e me encaro no espelho: mais 24h.
até que venham novos baratos.
Hábil discurso de quem não fez nenhuma delas feliz. Por isso está sozinho, não?
Sorte, homem. Ser um merda é uma tarefa que exige muito afinco.
Aham, Anônimo.
Precisei de quatro anos de faculdade para conseguir meu diploma de merda
tem dias que acordo querendo namorar, outros querendo ser uma eterna solteira (detalhe, namorei minha vida toda, digo 12 anos e estou solteira a 1 ano)...
Gente, que tenso. Qual será a que eu fui? (Haha provavelmente tu achou que eu nunca estaria lendo teu blog, né?)
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