domingo, junho 28, 2009

Meias

A parte mais difícil é sempre a chegada em casa. Há muitos anos seguíamos aquele ritual: sempre que eu chegasse da rua, lhe entregaria minhas meias usadas. Elas talvez não merecessem qualquer outro destino que não a máquina de lavar, mas meu cachorro Freud fazia questão de pegá-las sempre.

E agora ao chegar em casa me incomoda a tranqüilidade que hoje é tirar as meias sem o alvoroço de Freud tentando arrancá-las de meus pés com os dentes. Não encontro mais minhas meias sujas da saliva espalhadas pela casa. E, nossa, como sinto falta disso.

Faz pouco mais de um mês que Freud morreu. Achava que ele viveria para completar 14 anos em setembro. Foram mais de 13 anos com ele por perto. E muitos pares de meia furados.

4 comentários:

Menina Nina disse...

dói mesmo perder um cachorro... e olhe que os meus nunca viveram tanto...

Renatinha disse...

Vida breve. A nossa também. Quem dera a aproveitássemos feito os cachorros: lealdade, lambança e pureza.

Anônimo disse...

eu lembro da primeira vez que o vi, num dia quando fui brincar embaixo do prédio. era novinho e fez xixi no meu pé.
dia desses, quando eu soube q ele teve de morrer, fiquei imaginando como deve ter sido ruim pra tu. é.

Graziela disse...

Dói mesmo perder um cachorro.Perdi um no qual compartilhei a minha infância inteira.Pena que eu não tinha a noção do que era morte quando ele morreu.