Quase sempre que pensei em alguém para estar do meu lado, imaginei uma pessoa de gostos semelhantes, aquele velho conceito de alma gêmea. Não sei se por amadurecimento ou pela dificuldade de encontrar uma mulher que goste de Beatles, Kafka, Hornby, quadrinhos e videogame, finalmente reparei que diferenças são importantes e saudáveis. Querer alguém muito parecido conosco é meio doentio, narcisista.
Mas essas diferenças, no fim das contas, complicam um bocado o relacionamento. Certos aspectos vão muito além de incompatibilidades de gosto.
Porque alguns dos nossos gostos não representam apenas preferências, mas sintetizam nossa personalidade. Por exemplo: o que me impossibilita de funcionar bem com uma guria fã do Chiclete com Banana não é incompatibilidade de gostos. Essas coisas conseguimos, com algum (muito) custo, superar. É incompatibilidade de estilo de vida.
Não é preconceito, mas sei perfeitamente que o ritmo e o estilo dessa pessoa não combinariam de forma alguma com os meus. Talvez pudéssemos nos dar bem e gostar sinceramente um do outro, mas, em algum momento, a sombra de Bel Marques ia acabar por destruir nossa relação. Seria um relacionamento datado, sem dúvida. Não daria certo.
É um tanto quanto determinista, mas real.
E o grande problema da gente é saber (e conseguir) dizer não pra pessoa antes que as coisas se compliquem. Porque o Paul McCartney nunca, mas nunca mesmo, vai querer ir atrás do trio elétrico no carnaval de Salvador. Mesmo que ele respeite (o que seria totalmente improvável) musicalmente o Bel Marques. Não dá, sabe?
Temos muito mais dificuldades pra lidar com diferenças do que imaginamos.
4 comentários:
Mt bom qndo alguém sintetiza oq o outro sente e não consegue expressar em palavras. Gostei mt do texto. Passei por uma situação dessas ms demorei 3 anos pra cair na real de que não daria certo. Ms é a vida. E lembrando que amor não é aquilo que te deixa em outro mundo. Isso é ouvir as músicas do Raul Seixas. Amor é outra coisa.
Concordo em gênero, número e crew. Bel Marques pode, no máximo, dar uns pulos com Slash, Rod Stuart e outros cabeludos antiquados...mas nunca com um Beatle. Não dá pra ser feliz. Xero
Acho impossivel encontrar alguém completamente compativel, mas ao menos essa pessoa tem q ter coisas comuns com a gente. Acho q eu não namoraria um pagodeiro nem alguém que goste de axé, isso não é preconceito de forma alguma, é pq de certa forma os gostos definem o estilo da pessoa. Alguém diferente sempre pode nos ensinar coisas novas, por causa dos meus amigos as vezes escuto Luan Santana, me sinto mal depois, mas escuto rss Mt bom o texto, vou voltar sempre aki! hehe
@reaventura.
Caracas, dps q comentei aki vi e eu era a 3° Renata a comentar hsushushus
Meu twitter é @reaventura
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