Não sei o que dizer para uma mulher com quem eu desejo ter
relação carnal casual sem fins reprodutivos ou tenho interesse amoroso, seja desconhecida, recém-conhecida
ou alguém que já estou de olho há tempos. Já perto de completar três décadas de
vida, continuo tão hábil quanto era na época que comprei minha primeira revista
Playboy (Maitê Proença, agosto de 1996, saudades).
Encaro a abordagem a uma mulher como algo muito sério, difícil e delicado, como as relações entre os EUA e a Coreia do Norte. Parece que qualquer erro no flerte/negociação vai desencadear não apenas o meu fim, mas o de toda humanidade.
Encaro a abordagem a uma mulher como algo muito sério, difícil e delicado, como as relações entre os EUA e a Coreia do Norte. Parece que qualquer erro no flerte/negociação vai desencadear não apenas o meu fim, mas o de toda humanidade.
É assim que eu me sinto. Suo, gaguejo, fico ansioso, não sei o
que fazer ou dizer, gesticulo de forma estranha e, não raro, faço cara de
maníaco. Tal comportamento resulta em três reações das mulheres: estranhamento,
impaciência ou, na pior das hipóteses, medo.
Caso
eu consiga superar a barreira da abordagem ou realizar um convite para sair e
conseguir estabelecer diálogo sem tanta gagueira ou silêncios constrangedores, há
um outro problema: tomar a iniciativa. Sim, continuo sem saber quando devo
beijar e fazer venha-cá-minha-nega para uma mulher.
A
dificuldade vai além da minha inaptidão para decifrar os anseios do sexo
feminino e inclui doses cavalares de timidez, insegurança e baixa autoestima,
me inundando por pensamentos como:
“ah,
ela provavelmente me achou divertido e quer ser minha amiga”.
“ela
deve estar falando comigo só porque suas amigas estão fazendo qualquer outra
coisa e eu sou o único conhecido dela nesse ambiente”.
“ela
claramente deve achar que sou gay”.
“não,
ela é bonita e divertida demais, certamente não se interessa por mim”.
“deus,
eu estou vestindo uma camisa do Rocky Balboa, óbvio que ela me acha retardado”.
É
difícil.
3 comentários:
Adorei...
É difícil encontrar textos (e desabafos) masculinos que tragam a realidade que não se enxerga pela pressão social que se é imposta.
Imagino a sua dificuldade, como um homem, de lidar com as ameaças nucleares.
Apesar de não o conhecer, torço pela sua conquista almejada (ainda mais deixando claro que não é mais um "Rambo" no mundo). ;)
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