À medida que vamos envelhecendo deixamos de acreditar em mais e mais coisas. Os primeiros a cair no limbo da descrença são o bicho-papão, Papai Noel, duendes, coelhinho da Páscoa etc. Posso já ter deixado de acreditar nessas e em tantas outras coisas, como Deus e homenzinhos verdes que abduzem pessoas, mas algo que não muda é a crença no amor.
Posso até passar for fazes de negação, mas sempre volto ao amor. No geral, os resultados amorosos não são animadores e, acredito, preferia ficar sem essas paixões e tento me manter longe delas, sem sucesso. É como quando o Michael Corleone desabafa sobre seu insucesso em se manter longe das coisas da máfia: "Every time I try to get out, they pull me back in".
É exatamente isso, tento me manter quietinho e longe dessas mulheres complicadas que despertam paixões. Mas elas sempre me arrastam de volta para esse maldito território, mais perigoso do que a cosa nostra. E tão rápido quanto elas me arrastam, elas mudam de ideia.
segunda-feira, outubro 08, 2012
terça-feira, maio 01, 2012
Zumbis curtem dançar na posição da rã
Algumas vezes evoco Dylan e tento acredita no verso “when
you got nothing, you got nothing to lose”. Em ocasiões como essas, acabo por
fazer coisas como aceitar o convite de dois amigos para ir a uma boate numa
noite de sexta-feira. E vamos lá com a certeza de que não temos nada a perder.
Grande equívoco.
O drama começa já na fila da boate, quando vejo todos aqueles caras com camisas polo estampadas com brasões e/ou números enormes e mulheres que acham bacanas os caras com camisas polo estampadas com brasões e/ou números enormes. Com todo meu preconceito e apatia, tenho convicção de que não quero estar lá dentro nem muito menos interagir com aquelas pessoas que dentro de instantes estarão cantando e dançando a alegremente a música da posição da rã.
O cenário
lá dentro é desolador. Se tenta emular um cenário rústico que remeta à temática
mexicana da casa, mas todos aqueles arbustos e ramos de flores, somados à parca
iluminação gelo seco me fazem lembrar a decoração de cemitério que um parque de
diversões daqui adota próximo ao Dia das Bruxas. Até uns esqueletos próximos ao
teto a boate tem. Impossível evitar essa associação.
A atmosfera
de quermesse em Dia das Bruxas é reforçada pelo público, que em sua maioria age
como zumbis menos interessantes do que os habituais. Eles não buscam miolos
como os mortos-vivos bacanas; eles querem azarar, ouvir músicas patéticas e
pagar R$ 7 numa long neck de Skol. Difícil aceitar que todos eles estão em
plena posse de suas faculdades mentais.
Aí bate um
complexo de messias, e fico entre perdoai-pai-eles-não-sabem-o-que-fazem e SAI-CAPETA.
Queria salvar aquelas pessoas, embora em meio àquele clima de alegria geral até
fique em dúvida se não sou eu quem precisa de salvação. Espero que não.
Assinar:
Postagens (Atom)