domingo, junho 28, 2009

Meias

A parte mais difícil é sempre a chegada em casa. Há muitos anos seguíamos aquele ritual: sempre que eu chegasse da rua, lhe entregaria minhas meias usadas. Elas talvez não merecessem qualquer outro destino que não a máquina de lavar, mas meu cachorro Freud fazia questão de pegá-las sempre.

E agora ao chegar em casa me incomoda a tranqüilidade que hoje é tirar as meias sem o alvoroço de Freud tentando arrancá-las de meus pés com os dentes. Não encontro mais minhas meias sujas da saliva espalhadas pela casa. E, nossa, como sinto falta disso.

Faz pouco mais de um mês que Freud morreu. Achava que ele viveria para completar 14 anos em setembro. Foram mais de 13 anos com ele por perto. E muitos pares de meia furados.