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Quando me perguntam se estou bem, respondo que está tudo ótimo. Sinceramente, não me recordo da última vez em que defini meu estado como ótimo. Talvez eu tivesse uns oito anos de idade e estivesse na frente da televisão vendo Tartarugas Ninja e comendo geléia de mocotó Imbasa.
Habitualmente, achava que sempre tinha algo de errado quando as coisas estavam aparentemente muito certas. Hoje, nem desconfio mais; tenho a convicção de que está tudo muito certo, até quando faço a coisa errada.
Aí me perguntam por que está “tudo ótimo”. Pareço ainda mais retardado, porque não tenho idéia clara do que há de tão bom assim. Apenas tenho achado a vida bem divertida e carrego um sorriso meio débil.
Mas se fosse permitido pedir algo mais nesse “nada demais” que tanto me satisfaz ultimamente, pediria uns probleminhas ou pequenas desgraças. Assim, de leve. Porque ser alguém alto-astral é meio chato. Um pouco de depreciação, para tornar tudo mais interessante.