quinta-feira, dezembro 27, 2007

Tempo, tempo.

É batata. Chega dezembro e começo a escutar pessoas falando que o ano foi péssimo, dos piores vividos por eles. Quase sempre, a queixa é seguida de um “espero que o próximo ano seja melhor”. Tenho a impressão de que todos os anos têm sido horríveis e estão piorando gradativamente. Quase ninguém diz que o ano foi maravilhoso ou divertido. Ainda assim, acreditam em dias melhores.

Mas não é a virada da folhinha que vai mudar a vida de ninguém. Não vai melhorar.

Há quem diga que sou amargo e pessimista, que falo coisas assim por ressentimento. Sim, posso ser tudo isso, mas não é razão para descrença num futuro próspero. Nem muito menos recorrerei ao chavão “sou realista”. Nada disso.

Não estamos acostumados a lidar com o que nos desagrada. Passam-se os anos e nossas pequenas tragédias diárias, dramas e aflições aumentam em número e intensidade. E mesmo com essa eterna repetição de mazelas, gente continua torcendo para que as coisas melhorem. É irreal.

Supostamente, tenho mil motivos para reclamar de 2007. Nunca vivi em tão pouco tempo essa combinação de perdas, desentendimentos, tristezas e frustrações que experimentei recentemente, sobretudo no último semestre. Tive momentos bem ruins, devo ter chorado o suficiente para encher uma cisterna.

Isso é a vida. Feia e instável. Com o tempo e um jeitinho, você começa a gosta dela. Não adianta reclamar, ela não muda. É como aquelas pessoas que não tomam jeito, por mais que reclamemos de seus defeitos. Alguém tem de ceder. Eu cedi. E estamos muito bem, obrigado. Reparo bem mais nas coisas boas acontecendo ao redor.

Próximo ano vai ser pior. Mas isso não quer dizer que será ruim.

Para quem acredita em calendário, feliz ano-novo. Até 2008.

sábado, dezembro 22, 2007

Mensagem recebida

Já há um bocado de tempo as companhias de telefonia móvel lideram o ranking de reclamações do Procon. Serviços ruins, cobranças indevidas e demora na resolução de problemas são as principais queixas. É tudo verdade, mas o pior mesmo são as mensagens de propaganda que chegam direto.

Por mais que a experiência me mostre o contrário, sempre acho que aquele barulhinho feito pelo telefone celular é pra me alertar o recebimento de uma mensagem escrita por um humano, exclusivamente para mim. Tuuu, toca o aparelho e vou correndo para ver quem me escreve. Decepção: “Clientes TIM tem mais vantagens na Pizza Hut! Ligando do seu TIM, vc compra uma Cheesy Pop via delivery (4003-3043) e ganha uma pizza media. Valido de seg. a sexta”. Nem pra escrever a palavra “você” por inteiro eles se dão ao trabalho. Acentuação, nem se fala.

Sexta-feira à noite, chega uma mensagem. Convite para sair? Não, uma promoção “imperdível” para ganhar 25 minutos grátis, por mês, em ligações.

O Procon aceita reclamações por conta das falsas expectativas que a TIM provoca em mim quase que diariamente? Mereço uma indenização milionária.